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segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Orlando Silva nega acusações e diz que irá até o fim para se defender


Acusado de participar de um esquema de desvio de recursos públicos, o ministro do Esporte, Orlando Silva (PCdoB), negou nesta segunda-feira envolvimento em irregularidades e afirmou que irá “às últimas consequências” para defender sua honra.

Em reportagem publicada neste fim de semana pela revista Veja, Silva é acusado pelo policial militar João Carlos Dias de receber dinheiro vivo na garagem do Ministério do Esporte, no fim de 2008. O dinheiro faria parte do programa Segundo Tempo, que destina verbas a ONGs com o intuito de incentivar a prática esportiva entre jovens.

“Repudio veementemente as falsidades publicadas em reportagem no último fim de semana. É inaceitável que mentiras informadas por gente desqualificada, cuja fonte são bandidos, pessoas criminosas, possam ter a repercussão que tiveram”, afirmou o ministro, em uma entrevista coletiva.

Ex-militante do PCdoB, João Carlos Dias presidiu duas entidades suspeitas de desviar cerca de R$ 2 milhões do programa Segundo Tempo. Ele é acusado de usar o dinheiro para a compra de uma casa avaliada em R$ 850 mil e financiar sua campanha para deputado no Distrito Federal, em 2006.

Silva disse ter pedido à Polícia Federal e ao Ministério Público que investiguem as acusações, e que prestará esclarecimentos à Câmara dos Deputados nesta terça-feira.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou nesta segunda-feira que conversou com Silva por telefone e que determinará a abertura do inquérito da Polícia Federal nesta semana

Aperfeiçoamentos

Ainda segundo o ministro do Esporte, o programa Segundo Tempo beneficia 800 mil crianças e passou por aperfeiçoamentos recentes para evitar desvios de recursos.

Ele disse que as acusações podem ser uma reação ao pedido que fez para que o os convênios do ministério com a ONG de João Carlos Dias sejam examinados pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

No domingo, o Ministério do Esporte afirmou em nota que Dias firmou dois convênios com a pasta, em 2005 e 2006, mas que eles não foram executados. O ministério quer a devolução de R$ 3,16 milhões dos convênios.

Segundo o ministro, desde que o TCU foi acionado por sua pasta, membros de sua equipe têm recebido ameaças.

Horas antes do pronunciamento de Orlando Silva, a presidente Dilma Rousseff disse que "presume a inocência" do ministro e cobrou mais rigor nas parcerias entre o governo e ONGs.

"Nós, ao contrário de muita gente por ai, temos o princípio democrático e civilizatório. Nós presumimos inocência. O ministro - não só nós presumimos a inocência dele - como ele tem se manifestado com muita indignação quanto às acusações", afirmou a presidente, durante visita oficial a Pretória, na África do Sul.

"O que detectamos é que em geral elas (as ONGs) são menos formais do que as prefeituras e do que os Estados. Porque as prefeituras e os Estados são órgãos públicos e, portanto, têm de prestar contas. A mesma coisa você teria de ter com as ONGs, só que como elas são as organizações não-governamentais, elas têm uma formalização menor.”

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