Ao
contrário do que previam os especialistas em demografia, a população
mundial deverá crescer sem parar até o fim do século 21. Com a aplicação
de ferramentas estatísticas sofisticadas, um novo estudo indica que o
planeta tem alta probabilidade de chegar ao ano de 2100 com 11 bilhões
de habitantes - dois bilhões a mais do que as estimativas anteriores. De
acordo com a pesquisa, publicada nesta quinta-feira (18) na revista
Science, a maior parte da explosão populacional ocorrerá na África, que
poderá quadruplicar sua população e chegar ao fim do século com 4
bilhões de pessoas. O estudo também prevê que, em 2100, a população do
Brasil estará mais envelhecida que a população atual do
Japão. Originalmente, esperava-se que a população do planeta - com 7,2
bilhões de habitantes atualmente - atingiria um pico de 9 bilhões em
2050, para depois se estabilizar, ou até mesmo declinar. Mas o novo
estudo coordenado pela Universidade de Washington e pela Organização das
Nações Unidas (ONU), revela uma probabilidade de 80% de que a população
mundial aumente para um número entre 9,6 e 12,3 bilhões de habitantes
até 2100. De acordo com um dos autores do estudo, Adrian Raftery, da
Universidade de Washington, o artigo analisa os dados mais recentes da
ONU sobre população mundial, publicados em julho. "Aquele foi o primeiro
relatório populacional oficial da ONU a empregar a metodologia
conhecida como probabilidade bayesiana, que combina todo tipo de
informação disponível para gerar previsões com margens de erro muito
menores", disse Raftery. Segundo Raftery, antes os relatórios se
baseavam em cenários, que não permitiam considerar tantas nuances. "Sem
considerar probabilidades, os cenários tinham 50% de chance de levar a
conclusões erradas. Usando inferências estatísticas, pudemos estreitar a
gama de resultados possíveis - o que será útil para a discussão de
políticas públicas", explicou. O estudo indica uma probabilidade de 70%
de que a população mundial não se estabilize neste século. "Isso coloca a
questão populacional de volta como prioridade na agenda internacional",
declarou. A população da América do Sul deverá chegar a 467 milhões de
habitantes em 2100, de acordo com o estudo. No conjunto da América
Latina e Caribe, a previsão é de 736 milhões de habitantes até o fim do
século. Outro aspecto considerado no estudo foi o provável nível de
envelhecimento da população em diferentes países. A medida usada para
isso é a taxa PSR (Potential Support Ratio), que consiste na razão entre
a população economicamente ativa - de 20 a 64 anos - e o número de
pessoas com mais de 65 anos. Quanto mais baixa a taxa PSR, mais
envelhecida a população. O estudo prevê que a população brasileira, em
2100, estará mais envelhecida que a população atual do Japão. A taxa PSR
do Brasil, que atualmente é de 8,6, cairá até o fim do século para 1,5.
Atualmente, a taxa PSR mais baixa do mundo é a japonesa, com 2,6. De
acordo com o artigo, o único país que terá taxa PSR acima de 3 no fim do
século é a Nigéria, que passará do índice atual de 15,8 para 5,4.
Bahia Notícias
Nenhum comentário:
Postar um comentário